Quais os níveis de desvio mais fortes?

Fala galera!

Recentemente recebi uma pergunta interessante: “Qual período de análise dos desvios é mais forte?”.

Vamos lá!

É importante analisarmos que, quanto mais tempo de análise dos desvios, mais longes eles ficam e, consequentemente, mais improváveis se tornam.

Veja uma análise simples:

Se eu calcular os níveis de desvios para a Petrobras para 9 dias (que é o próximo vencimento) terei as seguintes faixas de preço:
1 desvio padrão de alta: R$26,92
1 desvio padrão de baixa: R$21,87

A sugestão é que há 68% de chances de encerrar o vencimento entre essas duas regiões.

Se eu calcular os níveis de desvio para a Petrobras para 180 dias, terei as seguintes faixas de preço:
1 desvio padrão de alta: R$32,50
1 desvio padrão de baixa: R$12,79

Isso mostra que quanto menor os períodos de análise, mais próximos serão os desvios e mais recorrente as operações irão surgir.

Quanto maior o período de análise, mais distante serão as regiões de desvio e, consequentemente, uma quantidade menor de operações irão surgir.

É como se, com a passagem do tempo, as regiões de desvio fossem se aproximando cada vez mais do preço.

Mas qual a conclusão disso tudo?

As regiões mais longas serão, inevitavelmente, mais fortes visto que o ativo tem de ultrapassar inúmeras regiões de pressão compradora ou vendedora.

Além disso, a probabilidade dessas regiões vão aumentando ao longo do tempo, pois o que era 1 desvio padrão lá atrás, passa a ser hoje 3 ou 4 desvios…

E o que fazer? Com quais trabalhar?

Tudo vai depender da sua disposição ao risco, pois as análises mais “curtas” irão falhar mais.

Uma ideia é traçar os níveis de desvio com períodicidades quebradas:

  • Daqui para 9 dias.
  • Há 20 dias atrás para 29 dias.
  • Há 60 dias atrás para 69 dias.
  • Há 80 dias atrás para 89 dias.

Todas elas serão referentes ao vencimento mais próximo (9 dias), mas vistos em épocas diferentes e com “larguras” diferentes.

As mais longas, inevitavelmente, serão as mais fortes. Agora você precisa escolher a sua.

7 curtidas

@LeoDutra para variar, explicação daquelas que o cérebro nem faz esorço para entender de tão clara. Seria interessante então traçar os desvios mais “largos” justamente para vencimentos com mais de 45 dias?

2 curtidas

Fico feliz que tenha gostado :slight_smile:

Vai depender muito da sua disposição a risco e a frequência de entrada em operações…

Se eu já gerei muito caixa com as estratégias de renda, me permito pegar períodos mais curtos. Caso contrário, pego períodos mais longos.

Aumentando e diminuindo a análise temporal dos desvios eu controlo a frequência operacional em estratégias direcionais.

1 curtida

@LeoDutra

Particularmente aprendi isso da maneira mais dificil, perdendo dinheiro mesmo. Acreditava que o desvio padrão poderia funcionar perfeitamente qualquer que fosse o período (maior parte do tempo). Entrei em algumas operações muito curtas e foi duro notar que quando o período é curto não dá tempo para o theta agir e retirar valor aos poucos das pontas vendidas. Logo a maior a exposição a qualquer “espirro” do mercado te deixa meio descoberto.
Quando pegamos períodos mais longos, o tempo trabalha mais a nosso favor e consequentemente a exposição a movimentos mais curtos não atrapalha a estratégia.
Graças a estes insights e a colaboração de todos eu agora só entro em operações IRON CONDOR com pelo menos 1 semana, via de regra mais tempo ainda, e o lucro vem com paciência e técnica sem dor de barriga alguma rsrsrsrs.

Abs,
Claudio Silva

5 curtidas

Outro ponto interessante é que as estratégias baseadas em desvio padrão tendem a convergir para a probabilidade associada (por exemplo, 15,87% em 1 DP) quanto maior for a quantidade de operações realizadas.

Ao longo de muitas operações, a probabilidade observada tende a ficar próxima da probabilidade calculada.

3 curtidas

A POP de um short strangle de um DP nas duas pontas é de 68,26% correto?

Adicionando mais duas pontas compradas com distância de R$ 1,00 nos dois lados, por exemplo, montamos iron condor vendido, e a POP da operação não muda certo?

Fazendo um cálculo de proporção acerto/erro (68,26/31,71) para esta operação seria algo aproximado a 2,1506.

Sendo assim posso afirmar que toda vez que encontrar uma proporção de risco/retorno menor que esse valor, deveria entrar na operação?

Exemplificando com BOVA11 de 1 DP nas pontas vendidas e distância de R$ 1,00 nas compradas:
Meu risco é R$ 1,00 menos o prêmio recebido na montagem.
Logo posso afirmar que recebendo mais que R$ 0,32 deveria entrar na operação? Pois com a consistência na mesma operação e a longo prazo, provavelmente não haveria prejuízo, considerando que quanto mais ocorrências houverem, a tendência de me aproximar das probabilidades são maiores.

Sei que ficou meio extenso e talvez não tenha escrito da maneira mais simples de entender a ideia, mas pensei nisto lendo o relato acima, agradeço!!!

1 curtida

Boa tarde, sobre seu relato, acredito que esteja falando de iron condor vendido, gostaria de saber se realiza todos os meses estas operações em algum ativo ou etf específico, ou procura alguma condição específica para entrar na operação?

Valeu!!!

Fala @Olavo

Tenho feito em SPY. Agora somente com 5 ou 6 dias pra mais. Tentei fazer com 1 a 3 dias e tomei na cabeça. Sabe aquela coisa de que vc faz uma vez, dá certo e vc acha que descobriu algo que ninguém sabia!!! Pois é… o mercado na semana passada movimentou muito e detonou minha operação, e como foram curtas a rolagem não traz alívio, pois vc paga pra rolar pq não deu tempo para o THETA agir.

Abs,
Claudio Silva

1 curtida

Certo, as vezes fico procurando uma boa entrada em BOVA11, mas ó acho um risco/retorno atrativo com short strangle, e então o medo de ficar descoberto fala mais alto. Não opero nos EUA ainda, penso ser meu próximo passo depois que massificar bastantes as estratégias do Leo.

Valeu!!!

@Olavo

Tenho acompanhado um pouco BOVA11, mas devo dizer que no mercado local sou mais a favor de trabalhar no IronCondor de PETR4. Se tiver estomago, pq realmente não é fácil, a PETR tem retornos mais atrativos com a mesma condição de risco em minha humilde opinião.

Abs,
Claudio Silva

1 curtida

Seria isso mesmo…

Basta multiplicar a probabilidade de ganho pelo ganho e a probabilidade de perda pela perda.

Esse vai ser o seu retorno/risco real no longo prazo.

Exemplo:

R$0,30 de ganho com 75% de probabilidade.
R$0,70 de perda com 25% de probabilidade.

0,30 * 75% = 0,225
0,70 * 25% = 0,175

Logo, seu retorno risco real é de 0,225/0,175 = 1,28.

Ou seja, no longo prazo e executando sempre com essa probabilidade, você terá um ganho de 1,28 reais para cara 1 real de perda.

1 curtida

Quando no exemplo tu calcula para 9, 29, 69 e 89 dias à frente, somente muda a projeção de dias na fórmula no excel, mas a quantidade de dados passados permanece a mesma? (5 anos por exemplo que é o tempo médio de um ciclo econômico como falado na tua primeira aula)
Teria alguma situação onde é mais/menos interessante utilizar menos ou mais dados passados para realizar a média, ou o quão forte é a distorção no resultado, caso utilize por exemplo, 2 anos de amostragem?

Se você usar 1 ano de análise passada (que pega um ciclo inteiro de balanços) já vai funcionar bem.

1 curtida

Valeu, ainda no assunto de DP, estou usando a planilha de DP disponibilizada em uma das aulas, com PETR4 em 2021, traçando desvios para alta e para baixa, a diferença em % dos DPs para alta são maiores que os da baixa em relação ao spot do ativo, isso é devido a fórmula levar em conta a média de retorno no período, se a média for negativa o efeito será ao contrário?

Exemplo: as CALLs sempre terão seu DP mais afastado do SPOT em relação às PUTs enquanto, no longo prazo, o ativo em questão tiver alguma rentabilidade.

1 curtida

Fala Olavo!

É exatamente isso… Ele vai ajustar os desvios em cima da média de retorno do ativo e, por isso, pode estar deslocado para cima ou para baixo.

1 curtida